Como construir um relacionamento saudável?
Manter uma relação saudável é sinônimo de bem-estar emocional e físico para ser humano. Ela se baseia em princípios como respeito, confiança e comunicação eficaz, e é uma peça importante para o desenvolvimento de uma vida plena e feliz – no campo afetivo. O relacionamento saudável se caracteriza por uma conexão emocional positiva, onde há amor, carinho, apoio e respeito mútuo. É através desse tipo de relacionamento que as pessoas podem se sentir seguras, valorizadas e amadas. Aprender a construir relacionamentos saudáveis é uma jornada constante, que requer esforço e comprometimento, mas que traz benefícios imensuráveis para os envolvidos.
A origem das relações
A forma como amamos é construída socialmente, e em cada época e lugar se apresenta de uma forma diferente. Crenças, valores e expectativas determinam a conduta íntima das relações. Podemos acompanhar sua origem, desenvolvimento e transformações, observando o desenvolvimento do ser humano durante a sua história.
No início da humanidade, o sexo era visto como mais importante do que o amor. Isso ocorria porque a reprodução era fundamental para a sobrevivência da espécie. Com o passar do tempo, a relação entre amor e sexo foi se transformando.
Na Renascença, século 16, a mulher era contemplada com uma reverência quase religiosa, e surgiram questionamentos a respeito do amor – as mulheres foram divididas entre santas e pecadoras. No Iluminismo, século 18, o amor cai em desprestígio; a Idade da Razão desprezou a emoção e insistiu que o intelecto do homem é que devia governar as ações e relações.
No século 19, o controle das emoções foi sendo suplantado por uma atitude resumida na palavra “sensibilidade”. E no século 20, o amor começa a ser visto como peça-chave para o casamento – que antes ocorriam principalmente por interesses familiares.
As relações no século 21
Com o avanço da tecnologia e a mudança nos valores sociais, as formas de se relacionar e encontrar parceiros também mudaram.
Uma das principais diferenças é a facilidade de se conectar com pessoas através da internet. Aplicativos de namoro e redes sociais tornaram possível encontrar potenciais parceiros sem sair de casa, e isso tem impactado na forma como as pessoas se relacionam.
Outra mudança é que as pessoas estão se sentindo mais livres para expressar sua sexualidade e gênero. A aceitação de relacionamentos homossexuais e não-binários está aumentando, e isso tem levado a relações mais diversas e inclusivas.
Os valores tradicionais de compromisso e casamento também estão mudando. Muitas pessoas estão optando por relacionamentos abertos ou não-monogâmicos, enquanto outras estão adiando ou evitando o casamento completamente.
Em geral, as relações românticas no século 21 são mais flexíveis e adaptáveis do que antes – as pessoas estão se sentindo mais livres. Mas toda essa carga histórica e a consciência sobre o que já vivemos nos trouxe questões específicas quanto aos relacionamentos, e com isso, a visão sobre relacionamentos não saudáveis ou ditos como “tóxicos”.
A busca por “Relações Saudáveis”
É comum pensarmos que nossos sentimentos e desejos são sempre autênticos e desenvolvidos com a nossa própria consciência crítica e sem nenhuma influência externa. Mas, depois de tudo que já foi dito aqui, vemos que isso não é bem verdade.
Frequentemente somos pegos pelo efeito manada, que é uma tendência humana em repetir, muitas vezes inconscientemente, os padrões de comportamento que observamos ao nosso redor. E esse modelo vem reforçado de todos os lados: pela família, pelas religiões, pelas tradições, pela publicidade, pelas datas comemorativas e até pelos filmes românticos.
Querer fixar as condições de uma relação sem haver um diálogo é uma grande ilusão. Sentimentos, emoções, corpos e afetos não possuem qualquer tipo de compromisso com a ideia de permanência incondicional.
Essa configuração de posse e extrema dependência que envolve grande parte dos relacionamentos está fundada no mito do amor romântico, que é a ideia de que seremos capazes de reproduzir em uma relação, um ambiente acolhedor, completamente seguro, onde dois são um só e não existe nenhum tipo de falta. Mas isso é uma inverdade, relacionamentos afetivos são complexos demais para olharmos para ele de forma tão simplista e romantizada.
Mas então, o que caracteriza uma relação saudável?
Mesmo que pareça óbvio, um relacionamento saudável é baseado no diálogo, promovendo o bem-estar para ambas as partes envolvidas e, além disso, estimulando a capacidade de amar e ser amado.
Aqui, é importante frisar que não há o sentimento de posse sobre o outro, mas sim de parceria, respeitando a individualidade de cada um. Como Eric Rohmer afirmou em O Joelho de Claire: “Há algo muito bonito na amizade que deveríamos encontrar no amor: respeito à liberdade do outro. Não há essa ideia de posse.”
Um dos grandes aspectos que garantem uma relação sadia não está ligado, diretamente, ao casal. Na verdade, ele tem a ver com o autoconhecimento. Ter consciência de quem você é e reconhecer suas virtudes, fragilidades e sentimentos é importante para conseguir se relacionar com outra pessoa.
A confiança é outro fator importante em um relacionamento saudável. Construída através da honestidade, da transparência e da lealdade, ela é a base para a uma relação sólida e duradoura. Sem confiança, é impossível construir um relacionamento saudável.
Por fim, o respeito é outro fator crucial em um relacionamento saudável. Ele inclui respeitar as opiniões, sentimentos e escolhas do outro, além de aceitar e valorizar as diferenças individuais. O respeito também implica em não julgar, criticar ou controlar o outro.
Tudo isso não significa que uma relação boa não tenha problemas. É natural que aconteçam desentendimentos, porém, essas situações costumam ser resolvidas com diálogo e compreensão. Lembre-se, não adianta ouvir e não compreender – ou pelo menos tentar.
Sinais de uma relação saudável
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- Espaço para dialogar sobre possíveis questões
- Liberdade para ser quem é e fazer o que lhe dá prazer
- Não precisar modificar comportamentos
- Apoio e valorização
- Disposição para lidar com as diferenças
- Respeito quanto à individualidade e privacidade do outro
- Confiança entre as partes
- Respeito entre o casal e com os que entornam (família e/ou amigos)
- Carinho e afeto na relação
- Parceria para a evolução mútua
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Em resumo, fazer com que o outro se sinta amado e respeitado é a chave para um relacionamento duradouro e saudável. Conversem, divirtam-se e principalmente, respeitem-se. Sabemos que existem muitas crenças limitantes nas relações, mas o que seria do ser humano sem a evolução? Olhe para si e para o outro, onde há amor e respeito, há um caminho para uma grande história.
Importante: Entre os sinais que indicam um relacionamento tóxico, destacam-se a falta de apoio, a comunicação tóxica, ansiedade e medo, além de ciúmes, controle, ameaças, críticas disfarçadas de elogios e outros. Se você está em um relacionamento com alguns desses sinais, esse é o momento de procurar entender o que está havendo. Procure ajuda.