O impacto do celular nos relacionamentos modernos — e o que fazer sobre isso

Quanto o celular pode afetar a relação?

Você já se pegou em uma roda de conversa enquanto alguém não larga o celular nem por um segundo?
Pior ainda: já percebeu que às vezes esse “alguém” pode ser você?

Agora imagine esse mesmo comportamento dentro de um relacionamento.
O que parece um simples hábito pode, aos poucos, abalar a conexão entre duas pessoas — e a ciência já confirma isso.

O que é phubbing e por que ele afasta casais?

Ignorar o parceiro para olhar o celular é um comportamento tão comum que já tem nome: phubbing, a junção das palavras phone (telefone) e snubbing (esnobar).
É o ato de dar mais atenção ao aparelho do que à pessoa ao seu lado.

E quando isso acontece dentro de uma relação, as consequências emocionais podem ser sérias: sentimentos de indiferença, ciúmes e desvalorização. Afinal, quem nunca pensou:

“O que há de tão mais interessante no celular do que estar comigo?”

Um estudo de meta-análise publicado em 2025 na revista Frontiers in Psychology revelou que até mesmo a simples presença de um smartphone durante uma conversa pode reduzir sentimentos de proximidade e confiança entre parceiros.
Em outras palavras: o celular, mesmo silencioso, já muda a forma como nos conectamos.

O uso do celular nos relacionamentos modernos

É comum ver casais que, antes de dormir, trocam o “boa noite” e logo mergulham no feed das redes sociais.
Esse hábito, aparentemente inofensivo, pode indicar desequilíbrio na forma de usar a tecnologia.

Pesquisas mostram que o celular ativa áreas do cérebro associadas à recompensa, o que explica por que ele pode ser tão viciante quanto outras formas de prazer imediato.
E embora as redes sociais tenham o poder de aproximar pessoas distantes, também podem afastar quem está perto.
Na vida a dois, esse afastamento é ainda mais perceptível — e perigoso.

O que dizem os estudos recentes

Nos últimos anos, diferentes pesquisas mostraram o impacto direto do celular sobre os relacionamentos amorosos:

  • 🧠 Um estudo de 2024 (Current Psychology) apontou que o partner phubbing — quando o comportamento ocorre entre casais — reduz a satisfação relacional e aumenta o número de conflitos sobre o uso do celular.
  • ❤️ Outro estudo de 2024 (Frontiers in Psychology) com quase mil participantes mostrou que a dependência de redes sociais e o phubbing afetam a sensação de pertencimento e liberdade dentro da relação, diminuindo a satisfação afetiva.
  • 📱 Já uma pesquisa de 2023 (BMC Psychology) indicou que o phubbing percebido está associado a maior solidão e menor bem-estar emocional, o que inevitavelmente reflete na vida a dois.

Esses dados reforçam o que muitos casais já sentem na prática: quanto mais o celular ganha espaço, menos sobra espaço para o outro.

O impacto do celular na vida sexual

Além da intimidade emocional, o uso excessivo de telas também pode comprometer a intimidade física.
A pesquisa da Archives of Sexual Behavior já havia mostrado que a frequência sexual caiu nas últimas décadas, em parte pelo tempo gasto com tecnologia.

E o motivo vai além da falta de tempo: o excesso de estímulos digitais faz o cérebro buscar prazer imediato — curtidas, notificações, vídeos — e isso reduz o interesse pelas experiências reais e lentas, como o toque e a conexão com o parceiro.

Como evitar que o celular atrapalhe a relação

Manter uma relação saudável em tempos de hiperconectividade é um desafio, mas é possível.
Aqui vão regras simples e eficazes para equilibrar tecnologia e amor:

  1. Viva o momento presente. Quando estiverem juntos, deixe o celular longe e no silencioso.
  2. Nada de celular na cama. Esse é o momento de descanso e reconexão.
  3. Evite telas no quarto. É o espaço da intimidade, não da distração.
  4. Use a tecnologia a favor do casal. Tire fotos juntos, envie mensagens carinhosas ou explore conteúdos adultos de forma compartilhada.
  5. Crie rituais offline. Um jantar sem celular, uma caminhada ou até uma noite de filmes de verdade — sem notificações.

Conclusão: menos tela, mais presença

O uso do celular nos relacionamentos não é o vilão.
O problema está em como e quando ele é usado.

A tecnologia pode ser uma ponte ou uma barreira — depende de nós.
Quando o digital ocupa o lugar do olhar, do toque e da conversa, é sinal de que algo precisa mudar.

Então, que tal colocar o celular de lado hoje e olhar nos olhos de quem está ao seu lado?

×